Este percurso é relativamente novo, tendo sido inaugurado há poucos meses. São cerca de seis quilómetros que ligam o Parque Oriental da cidade do Porto ao novo Parque Urbano de Rio Tinto. O percurso segue o curso do rio Tinto que, agora, voltou a correr ao ar livre e, supostamente, está despoluído.
A poluição do rio Tinto era um dos maiores problemas ambientais da Área Metropolitana do Porto. Estava identificado há vários anos e o rio foi recuperado, desentubado e devolvido à cidade e às suas gentes, num esforço conjunto das Câmaras do Porto e de Gondomar.
O rio Tinto nasce em Ermesinde (Valongo) e desagua no rio Douro, junto à ponte do Freixo (Porto). Tem uma extensão de cerca de 12 quilómetros e, em tempos, era aproveitado por pescadores, lavadoras de roupa, agricultores e ainda fazia mover os diversos moinhos que se encontravam ao longo do seu curso. O nome do rio está ligado a uma lenda que conta que no tempo da ocupação árabe da Península Ibérica, terá havido uma grande batalha entre cristãos e mouros, tendo os cristãos vencido e evitando uma invasão a toda a região do Porto. Conta-se que a batalha terá provocado um grande derramamento de sangue, deixando as águas do rio vermelhas. A partir de então, o rio passou a ser conhecido como rio Tinto.
O percurso liga as duas cidades, usando antigos caminhos rurais, seguindo sempre a margem do rio Tinto. Na cidade de Rio Tinto o percurso tem início no novo Parque Urbano, junto à estação do metro da Levada (linha F). Na cidade do Porto, o percurso inicia-se junto à rotunda do Freixo, mesmo ao lado da ETAR. Para quem preferir distâncias mais curtas, existe ainda uma outra alternativa que é junto à rotunda das Areias (Rio Tinto). Entre as Areias e o Freixo são cerca de três quilómetros, todos eles percorridos no interior do Parque Oriental do Porto.
Eu iniciei a minha caminhada no Porto. Junto à ETAR do Freixo, entra-se no Parque Oriental do Porto, um espaço bem agradável e muito bem conseguido. Só é pena o mau cheiro que vem das águas da ETAR. O percurso, que também é ciclável, tem bom piso, quase sempre em alcatrão, e sempre pelas margens do rio Tinto, que surpreende pelas suas águas cristalinas e aqui e ali com restos de antigos moinhos.
Atravesso o parque e chego à rua de Azevedo que é preciso atravessar. Passo ao lado do velho tanque e sigo até à extremidade do Parque Oriental, passando por baixo de dois imponentes viadutos. Aqui encontra-se o desvio para a saída das Areias e para o estacionamento junto ao Lagarteiro. Sigo em direcção a Rio Tinto e chego à rua do Pego Negro com um bonito arranjo urbanístico. Atravesso a ponte e continuo o caminho. Novo viaduto, e chego à ETAR do Meiral (Rio Tinto). Aqui, para além do mau cheiro, avistei alguns peixes mortos e talvez algumas enguias a boiar. Certamente devido a alguma descarga menos controlada daquela estação de tratamento.
Continuando o trajecto, segue-se agora por entre armazéns e traseiras de prédios. Apesar de começar aqui um passadiço com cerca de dois quilómetros, chegamos à parte menos interessante. Entrámos na parte urbana do percurso. Passa-se por baixo da estrada nacional 15, encontrámos umas hortas e, um pouco mais à frente, junto a uma pequena ponte, um velho edifício que terá sido um moinho, entretanto convertido em casa de habitação. Mais um pouco e chegamos ao Parque Urbano de Rio Tinto com a estação do metro da Levada. É o final do percurso, junto à rotunda, com vista para a igreja de Rio Tinto.
Para mim, era hora de regressar ao Freixo pelo mesmo trajecto. Ida e volta fiz perto de 13 quilómetros e demorei quase duas horas e meia.
Do Porto a Rio Tinto
Percurso linear de aproximadamente 6.000 metros entre a rotunda do Freixo (Porto) e Rio Tinto (Gondomar). Este percurso pode-se fazer todo o ano.
Ponto de partida / chegada: Freixo, Parque Oriental do Porto; Levada, Parque Urbano de Rio Tinto.
Duração: cerca de 1h20 para cada lado.
Grau de dificuldade: Baixo (1 numa escala 0-5)
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