Hot Spot: Covão de Cete (Paredes)
- João Pais
- há 2 dias
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O Covão de Cete é uma local bastante pitoresco e tranquilo, ideal para quem procura um refúgio na Natureza. É de fácil acesso e apenas implica uma caminhada de cerca de cinco minutos por entre um bosque frondoso. A cascata e a sua envolvente são um local perfeito para um passeio relaxante, longe do corre-corre rotineiro dos nossos dias. Bem perto, fica o Mosteiro de Cete pelo que deve aproveitar para fazer uma visita.

Hoje trago um local que, nos últimos tempos, tem sido muito fotografado e publicado nas redes sociais. Graças ao seu banco em forma de coração e, claro está, devido à beleza do local, o Covão de Cete deixou o quase anonimato e saltou para a ribalta dos lugares mais procurados do norte do país. Devido ao seu fácil acesso, têm sido muitas as fotografias publicadas nas redes sociais. Linha de Terra tinha que ir conhecer este “novo” Hot Spot às portas da cidade de Paredes.
O Covão é um afloramento granítico com grandes blocos de pedra empilhados de forma natural num vale bastante cavado por onde corre a ribeira de Baltar (um afluente do rio Sousa, com cerca de cinco quilómetros). Aqui, as águas da ribeira despenham-se algumas dezenas de metros, rocha abaixo, formando uma cascata imponente (principalmente, após o Inverno).
O pequeno trilho que temos de efectuar (menos de um quilómetro) para chegar ao Covão de Cete, é como se fosse um preparativo, um espaço de tempo para nos desligarmos do nosso quotidiano e nos conectarmos com a Natureza. Um momento para nos encontramos a nós próprios, para absorver a beleza que nos rodeia e comungar com a Natureza. A pequena caminhada, acessível praticamente a todas as idades, leva-nos a atravessar algumas pontes de madeira, a desviar de troncos de árvores e evitar algumas rochas, tudo num percurso bem limpo e bastante intuitivo (não existe qualquer sinalética). Recomendo algum cuidado em dias em que o piso possa estar molhado, pois pode tornar-se escorregadio. Após o pequeno trilho, vamos encontrar um recanto bastante bonito, ideal para se conectar com a Natureza e relaxar. Aqui vai encontrar uma impressionante queda de água, um pequeno baloiço, uma ponte metálica e um banco em forma de coração.

O Covão de Cete, como o nome indica, localiza-se em Cete, no concelho de Paredes, a cerca de 30 minutos do Porto e apenas a dez minutos da cidade de Paredes. A apenas alguns metros do acesso ao Covão de Cete fica o Mosteiro de São Pedro de Cete, um dos monumentos mais antigos do concelho de Paredes. Os acessos ao Covão de Cete, apesar de incluírem estradas estreitas, não são difíceis. Pode usar o GPS (eu usei o Google Maps), mas terá que “afinar” o destino final para o ponto que aparece assinalado como “acesso ao Covão de Cete”, já que a máquina indica outra localização (em alternativa, pode colocar Mosteiro de São Pedro de Cete, o acesso ao Covão fica a cerca de 500 metros para a esquerda).
Pode chegar ao Covão de Cete pela A4 (saída 10), seguindo depois as indicações para o Mosteiro de Cete (são cerca de quatro quilómetros). Como já disse, o acesso ao Covão de Cete faz-se por um pequeno trilho que tem início 500 metros mais acima. Outra alternativa (menos óbvia, por não haver qualquer referência) é a partir da N15, em Baltar. Deve sair da N15 em direcção à igreja Matriz de Baltar, passado o cemitério, deverá virar à esquerda, mesmo antes de começar o separador central. Ao passar por baixo do viaduto da A4 (mesmo debaixo do viaduto), deverá seguir pela direita. Depois é só seguir em frente, entrar na estrada (estreita) de paralelos e o acesso ao Covão fica um pouco mais abaixo, numa curva apertada.
O estacionamento é o grande problema para aceder ao Covão de Cete. O acesso ao pequeno trilho faz-se numa curva muito apertada, sem visibilidade e numa rua estreita. No local, dará para estacionar três ou quatro carros. Por isso sugiro que visite o local num dia da semana, onde para além de ter lugar para estacionar, vai ter o espaço só para si... A 500 metros do acesso ao Covão, fica o Mosteiro de Cete onde há muito lugar para estacionar – o “problema” é que, depois de estacionar, terá que fazer esses 500 metros a subir...

O Covão de Cete tem feito bastante sucesso nas redes sociais, sendo partilhado por milhares de pessoas e, embora este local natural exista há muito tempo, a sua popularidade é bem mais recente devido à “abertura” do pequeno trilho de acesso, à colocação do baloiço e do banco em forma de coração que faz as delícias dos internautas. O Covão de Cete com o seu banco em forma de coração é um spot perfeito para umas fotografias bastante instagramáveis. Este é um local de grande beleza, propício ao relaxamento e à meditação. Aproveite o som da água a cair sobre as rochas, relaxe e sinta a Natureza e a tranquilidade do lugar. Para aproveitar na plenitude a beleza e o sossego do local, recomendo a visita em dias da semana, já que ao fim de semana a afluência ao local pode ser grande, dependendo da hora. Segundo pude apurar, o Covão de Cete encontra-se em terrenos particulares, pertencendo a uma quinta, cujo(s) proprietário(s) não se importa(m) que as pessoas desfrutem da beleza do local. Por isso, convém não fazer lixo (há vários sacos espalhados pelo local) nem barulho e preservar e respeitar o local.
O Covão de Cete é um óptimo local para que gosta de descobrir recantos bonitos, fazer pequenas caminhadas e do contacto com a Natureza. O Covão de Cete é um spot que deixou se ser apenas dos moradores e conhecedores da zona, para passar a ser do Mundo.

Poucos metros abaixo do acesso ao Covão de Cete, no meio de campos agrícolas, e junto a um largo com árvores de grande porte, fica o Mosteiro de São Pedro de Cete. O Mosteiro é um dos edifícios mais antigos e mais importantes do concelho de Paredes e do Vale do Sousa, está classificado como monumento nacional e faz parte da Rota do Românico, por isso, não deve perder a oportunidade para o visitar.
O Mosteiro terá sido fundado no século X, e reconstruído no final do século seguinte por ordem de D. Gonçalo Oveques. Nos finais do século XIII e nos inícios do século XIV, o edifício terá sofrido grandes remodelações, por iniciativa do abade D. Estevão Anes, com alteração no tamanho da nave, reconstrução da capela-mor, alteração da sua fachada e esculturas dos capitéis. O claustro, a torre ameada e outros elementos terão sido consequência de posterior restauro, já no decorrer do século XV.
O Mosteiro pertenceu à Ordem de São Bento (monges beneditinos) até ao século XVI, altura em que D. João III transferiu o edifício para o Real Colégio da Graça dos Eremitas de Santo Agostinho (monges gracianos), de Coimbra. Em 1834, com a extinção das Ordens Religiosas o Mosteiro foi entregue à coroa e, posteriormente, as suas dependências foram vendidas em hasta pública. Ainda hoje, uma parte do edifício é propriedade particular (os anexos, as dependências do Mosteiro onde supostamente dormiam e habitavam os monges, bem como os claustros).
De destacar o bonito pórtico principal em arco apontado, com quatro arquivoltas, a pedra de armas, a rosácea rendilhada, a torre quadrangular ameada e as várias gárgulas representando animais fantásticos. O interior do Mosteiro é bastante simples, na base da torre encontra-se a capela funerária de D. Gonçalo Oveques e na capela-mor o túmulo do abade D. Estevão. É ainda possível ver uma pintura mural de São Sebastião, provavelmente do século XVI, e as imagens em pedra de São Pedro, Santa Luzia e de Nossa Senhora da Graça.
Coordenadas GPS:
N 41º10.8369’ W 8º22.34232’
41.180615 -8.372372
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