Situada a pouco mais de 20 minutos da cidade do Porto, existe uma pequena aldeia de charme, um pequeno lugar bucólico que nos faz sentir que estamos numa aldeia “perdida” no meio da serra.
Habitada desde o século XIII, Quintandona é uma pequena aldeia na freguesia de Lagares e Figueira, no concelho de Penafiel. Integrada na rede das Aldeia de Portugal e na Rota do Românico, a aldeia foi integralmente recuperada com muito saber e bom gosto. Aqui predominam o xisto, o granito e a lousa, tornando a aldeia num espaço único não só pelas suas casas preservadas, quer pela sua arquitectura.
Quintandona, para quem a visita pela primeira vez, é uma agradável surpresa, um espaço rústico, sossegado e acolhedor. Para quem volta, talvez um regresso às origens, um (re)encontro com a tranquilidade e com o tempo, longe da grande agitação da vida citadina de uma grande cidade. Situada entre duas grandes urbes – Porto e Penafiel –, Quintandona conseguiu manter uma genuinidade e uma traça muito característica, fazendo desta aldeia uma das mais bem preservadas da área metropolitana do Porto.
A aldeia não tem muitas casas, talvez umas duas ou três dezenas, perfeitamente recuperadas e integradas num ambiente rústico. Embora a aldeia seja pequena, requer um passeio demorado para se poder aperceber e absorver cada pequeno pormenor. Vai ver que vale a pena!
Quintandona recebe-nos com as suas ruas estreitas com muros em xisto e apresenta alguns terrenos de cultivo “salpicados”, aqui e acolá, pelas suas casas de cor escura. A aldeia conta com um Centro Interpretativo, um espaço que serve de acolhimento aos visitantes e de divulgação do património local. Podem-se observar alguns canastros e um cruzeiro bem antigo em frente à pequena capela de São João Baptista e Nossa Senhora da Conceição. A capela, com mais de 200 anos, é um edifício particular, mas pode pedir para a visitar no Centro Interpretativo.
Descendo rua abaixo, entre muros, encontramos o lavadouro da aldeia completamente recuperado e, logo a seguir, o Winebar Casa da Viúva (eleito o Melhor Winebar de Portugal pela revista Grandes Escolhas, em 2018). O winebar está instalado numa propriedade do século XVIII e, como todas as casas da aldeia está bem preservada, mantendo a sua traça original. O antigo celeiro foi convertido no actual espaço e, hoje, dá lugar a um restaurante com vários espaços e ambientes. A Casa da Viúva - que tem este nome por a propriedade ter pertencido a uma senhora que enviuvou muito cedo – funciona com uma carta de petiscos, tábuas de queijos e presunto e vinhos. Continuando a descer a rua, chegamos ao Centro Cultural Casa do Xiné. Quintandona conta com alguns alojamentos locais onde se destaca a Casa Valxisto – Country House, uma bonita casa de pedra transformada num bonito espaço acolhedor e requintado.
A aldeia está ligada a dois grandes eventos: o Extreme XL Lagares (prova de motociclismo que conta para o Campeonato do Mundo de Enduro) e a Festa do Caldo, um evento gastronómico e de cultura popular de grandes dimensões que acontece no terceiro fim de semana de Setembro [ver aqui].
A aldeia continua viva, actualmente vivem na aldeia cerca de 50 pessoas e, aos fins de semana, são muitos os visitantes. As suas casas recuperadas, os seus muros, as ruas estreitas e irregulares e o ambiente campestre levam-nos a viajar no tempo e a sentir o cheiro a lenha a arder nas lareiras e o paladar da sopa acabada de fazer nas panelas de ferro das nossas avós. É o passado de olhos postos no futuro. Para quem, como eu, já teve a oportunidade de conhecer o interior de algumas destas casas, Quintandona é uma experiência visual e sensorial única.
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