A serra de São Mamede, no distrito de Portalegre, em pleno Alto Alentejo, brinda-nos com uma luxuriante mancha verde. Inserida no Parque Natural que recebe o seu nome, esta é a principal e a mais alta formação montanhosa do Alentejo (e a sul do Tejo), com 1025 metros de altitude.
A região possui uma grande variedade de belas paisagens onde podemos encontrar extensas zonas de carvalhos, sobreiros, azinheiras e oliveiras. É no Parque Natural de São Mamede e na serra que se escondem pequenos tesouros, como é o caso das mais belas cascatas de todo o Alentejo.
É perto da localidade de Mosteiros, no concelho de Arronches que se situa uma das mais belas cascatas da serra de São Mamede. Embora não sendo propriamente uma grande cascata é, seguramente, um local de grande beleza e muito bom para dar umas braçadas e uns mergulhos, por isso aconselho, caso esteja calor, a trazerem toalha e calções de banho ou biquíni.
Escolhi esta cascata para iniciar uma volta pelas cascatas da serra de São Mamede por se encontrar bem perto da estrada e por ser de fácil acesso. Após uma pesquisa no Google Maps e com alguns traços desenhados num bloco de notas, parti à descoberta. Só faltava encontrar o local exacto onde estacionar o carro…
Seguindo pela estrada M517 que liga Alegrete a Arronches, mesmo antes de chegar à localidade de Mosteiros, vai encontrar, do lado esquerdo da estrada, uma placa de pedra que limita o Parque Natural de São Mamede (na altura, e penso que estará lá sempre para se deixe o local limpo, tinha também um contentor do lixo…). Existem dois pequenos espaços (um de cada lado da estrada) para estacionar o carro. Daqui para a frente, terá que ir a pé. Mas não se assuste porque são só uns 200 metros…
Poderá ficar admirado por estar numa paisagem claramente preenchida por um vasto olival e alguns sobreiros, mas é aí que se encontra a cascata do Pego do Inferno. Olhe para o vale e vai encontrar uma pequena mancha de eucaliptos. É sinal de que a água não anda muito longe. E não, a cascata é mesmo por detrás dos eucaliptos.
É só descer, caminho abaixo, e deixar-se guiar pelo som da água. Vai ter à cascata sem qualquer problema. Existem umas setas verdes pintadas em pedras e em algumas árvores, mas eu não as segui. Basta seguir o caminho existente e o som da água. São cerca de 200 metros, menos de cinco minutos de caminhada sempre a descer. É necessário ter algum cuidado com a inclinação do terreno para não escorregar e, já perto da cascata, porque a altura é considerável e não existe qualquer protecção/obstáculo entre o caminho e a cascata.
Vai encontrar um local de grande beleza e muito sossegado, digno de um filme romântico ou de aventuras com todas as condições para ir a banhos. Eu experimentei a água e não estava fria.
A água da ribeira de Arronches precipita-se numa pequena lagoa rodeada de rocha, criando um cenário idílico. A rocha à volta da lagoa têm uma altura considerável, dando para dar uns saltos (convém lembrar que deve ter o máximo de cuidado). A lagoa depois afunila numa passagem mais estreita, ainda entre rocha, dando origem a uma pequena “praia” com árvores por onde a ribeira continua o seu caminho. Esta última zona apresentava alguma vegetação rasteira, mas nada que incomode uma tarde de calor bem passada.
Coordenadas:
N 39°11.83236’
W 7°17.15484’
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