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  • Foto do escritorJoão Pais

Castelo Novo, uma viagem no tempo

Atualizado: 20 de fev. de 2023



Recentemente, Castelo Novo foi distinguida pela Organização Mundial de Turismo como a “Melhor Aldeia Turística 2022” (distinção que visa premiar localidades empenhadas em promover e preservar o seu legado histórico e cultural em harmonia com a inovação e um turismo sustentável), motivo mais do que suficiente para Linha de Terra regressar a esta vila do concelho do Fundão.


Linha de Terra já tinha passado por Castelo Novo numa viagem memorável por esta magnífica região, em 2019, aquando da road trip pela beira interior e pelas Aldeias Históricas.

Castelo Novo pertence à rede das Aldeias Históricas de Portugal, uma associação, criada em 2007, para promover o desenvolvimento turístico do interior centro de Portugal, que conta com 12 localidades (Almeida, Belmonte, Castelo Mendo, Castelo Novo, Castelo Rodrigo, Idanha-a-Velha, Linhares da Beira, Marialva, Monsanto, Piódão, Sortelha e Trancoso).

Castelo Novo fica no distrito de Castelo Branco e é uma vila pertencente ao concelho do Fundão, de onde dista cerca de uma dúzia de quilómetros pela A23 (ou cerca de 18 quilómetros se optar pela panorâmica N18 – a segunda mais longa do nosso país com 380 quilómetros de extensão). A vila situa-se a 630 metros de altitude, na encosta da serra da Gardunha, e localiza-se entre duas ribeiras.


A serra da Gardunha

A serra da Gardunha, também conhecida por Guardunha (palavra árabe que significa “refúgio”) é um maciço imponente onde dominam o granito e o xisto. A Gardunha pertence ao conjunto montanhoso denominado por Cordilheira Central, estendendo-se por uma extensão de cerca de 20 quilómetros e por 10 quilómetros de largura (abrangendo uma área aproximada de 10.500 hectares) e com uma altitude máxima de 1227 metros, na Penha, de onde, segundo José Régio, se avistam “terras de Espanha e areias de Portugal”. A serra da Gardunha apresenta uma grande diversidade biológica que confere particularidades únicas a este maciço montanhoso da beira interior onde a água é também uma presença constante. Castelo Novo tem uma relação muito próxima com a água e o seu som está (quase) sempre presente aos ouvidos do visitante. Não só através dos chafarizes, mas também pela água que corre pelas caleiras, ruas abaixo, um pouco por toda a vila, oriunda das muitas nascentes que existem na serra e, ainda, com as Águas do Alardo que aqui tem a sua nascente e instalações desde 1916.

Se tiver oportunidade, dedique algum tempo para conhecer um pouco da serra da Gardunha. Visite o Bosque do Alardo e suba a serra (por caminhos de terra batida) até ao miradouro e ao baloiço do Castelo Velho (cerca de cinco quilómetros) ou até à Barragem de Castelo Velho (cerca de 1,5 quilómetros), as vistas são fabulosas e a paisagem da serra é deslumbrante.


O topónimo Castelo Novo

Antes de se chamar Castelo Novo, a povoação terá tido o nome de Alpreade, pois existem referências em alguns documentos que fazem menção de um antigo povoado designado por Alpreade que, segundo vários autores, foia antiga designação de Castelo Novo, já que este é o nome da ribeira que corre ao lado da vila.

O nome Castelo Novo aparece pela primeira vez em 1208, no testamento de Pedro Guterres (o primeiro alcaide do castelo), onde este doa a “terra a que chamam Castelo Novo” aos Templários.

O topónimo Castelo Novo tem uma história: alguns autores dizem que antes da existência deste castelo no lugar actual, terá existido um outro, a poente da povoação, existindo mesmo um local, a caminho do topo da serra, denominado de Castelo Velho. A antiga fortificação terá sido abandonada devido a deficiências defensivas o que facilitaria os ataques das tropas inimigas. Existe uma lenda – a Lenda das Formigas – que nos conta que a população terá deixado o antigo castelo devido a uma praga de formigas.



As origens de Castelo Novo

A existência de uma povoação neste local aparece comprovada em documentos desde o princípio da nacionalidade. Existem referências a um antigo povoado designado por Alpreade, nome pelo qual ficou conhecida a povoação até, pelo menos, ao século XIII. Depois, com a construção do castelo, a povoação ficou a ser designada como Castelo Novo. Existem documentos com essa referência desde o século XIII.

Mas o povoamento desta região é muito anterior. Vestígios arqueológicos aqui encontrados sugerem uma ocupação humana do território desde a Idade do Cobre (entre 2500 a 1800 a.C.), passando pela Idade do Bronze, Idade do Ferro, até à romanização. Por aqui terão andado Romanos, Visigodos e Árabes. Foram também encontrados diversos vestígios de ocupação na época medieval, entre a construção do castelo (cerca do século XII) e o seu posterior abandono (século XVII).

Diversas peças destes achados arqueológicos como moedas portuguesas dos reinados de D. Sancho I (1169-1210) até ao de D. João III (1521-1557), peças metálicas em ferro e em cobre e peças de cerâmica, entre outras, podem ser apreciadas no Núcleo Museológico de Castelo Novo, a funcionar na antiga Casa da Câmara, bem no centro da vila.



A história de Castelo Novo

Como já referi, o povoamento de toda a região é muito antigo e o povoado hoje conhecido como Castelo Novo também. Até ao século XIII a povoação era conhecida como Alpreade. Em 1202, Pedro Guterres, alcaide da Covilhã, atribui Foral a Alpreade, para a restaurar e povoar. Em 1205, mesmo Pedro Guterres, em testamento, faz a doação, por sua morte, da terça parte de todos os seus bens e de terça parte de Castelo Novo à Ordem do Templo.

Entre 1205 e 1208 terá sido a provável construção do castelo.

Em 1223, Castelo Novo aparece mencionado no Foral de Lardosa (localidade a cerca de 14 quilómetros).

Em 1252 formaliza-se a doação de Castelo Novo à Ordem do Templo.

Durante o reinado de D. Dinis (1279-1325) procedem-se a algumas obras no castelo, nomeadamente a abertura da porta virada a poente. E em 1290, D. Dinis atribui novo Foral a Castelo Novo.

Em 1312 dá-se a extinção da Ordem do Templo devido aos erros e excessos que os seus cavaleiros e comendadores haviam cometido e, em 1319, é criada a Ordem de Cristo, para quem passam todos os bens e pertenças da antiga Ordem do Templo, incluindo Castelo Novo e as suas terras.

Durante o século XIV o castelo de Castelo Novo terá sofrido forte destruição com as investidas do espanhóis e esteve abandonado e parcialmente destruído por muito tempo e só no reinado de D. João I (1385-1433) a fortificação volta a ter importância estratégica na defesa do reino.

Em 1510, D. Manuel I concede novo Foral a Castelo Novo.

A partir de meados do século XVI Alpedrinha (localidade vizinha) torna-se cada vez mais importante e Castelo Novo entra numa fase de estagnação e declínio. Em 1835 Castelo Novo perde a autonomia, dando-se a extinção do concelho, passando a ser integrado no concelho de Alpedrinha. Em 1855, com a extinção do concelho de Alpedrinha, Castelo Novo passa a pertencer ao concelho do Fundão, mantendo-se até aos dias de hoje.

Já em meados do século XIX dá-se a destruição da muralha norte e poente para construção de casas junto ao castelo, muito provavelmente com o aproveitamento das pedras do castelo. Já perto do final do século o castelo voltaria a ficar em ruínas, tendo sido revitalizado a partir do início do século XXI.


A lenda de Belisandra

Castelo Novo está associado a uma lenda – a Lenda de Belisandra. Por aqui conta-se que há muito tempo vivia aqui uma rapariga chamada Belisandra. Acusada de bruxaria, Belisandra vivia fora da aldeia, isolada, apenas na companhia de um gato. Belisandra era vítima de troça e desprezo pelos habitantes da aldeia. No entanto, muitos recorriam aos conhecimentos de Belisandra quando tinham problemas.

Um dia, quando o povo se preparava para colher o fruto do seu trabalho no campo, viram surgir no céu uma espessa nuvem que cobria o sol. Rapidamente se aperceberam que se tratava de uma praga de gafanhotos. Desesperados os habitantes de Castelo Novo juntaram-se e foram pedir ajuda a Belisandra. Para espanto de todos, Belisandra recomendou que fizessem uma procissão ao Senhor da Misericórdia, pois só ele os poderia ajudar. O povo de Castelo Novo fez a procissão e, reza a lenda, que ainda a procissão ia no adro da igreja já os gafanhotos caiam mortos. Ainda hoje, no primeiro domingo de Setembro sai a procissão em honra do Senhor da Misericórdia.


O que ver em Castelo Novo

A pequena vila está situada num anfiteatro natural de grande beleza enquadrado pela serra da Gardunha, onde os diferentes tons de verde contrastam com o escuro do granito.

Castelo Novo é uma localidade bastante pitoresca com mais de 800 anos de história, com a sua origem ligada aos Templários. Ao longo deste tempo a vila conseguiu preservar o seu legado com uma arquitectura marcadamente medieval com alguns edifícios manuelinos e barrocos.

Aqui ainda podemos observar as típicas casas da Beira Baixa de dois pisos, normalmente sem grandes ornamentos, onde o piso térreo (a loja) seria para arrumos e para os animais e, o segundo, para habitação. O acesso ao segundo piso é feito por uma escadaria que também dá acesso à varanda (ou balcão).

Nota-se que houve algum cuidado na construção das casas, havendo uma estrutura urbana pensada de maneira a se conseguir aproveitar o relevo natural da encosta. Ao percorrer as ruas da vila não podemos deixar de reparar nas fotogénicas portas e janelas pintadas de cores garridas que parecem desafiar o tom cinzento das paredes graníticas.

Existem também algumas casas de proprietários mais abastados, não tão singelas como as primeiras e com mais pormenores decorativos, como são o caso de alguns palacetes e solares antigos, alguns deles com janelas manuelinas.

Recomendo que se deixe o carro no largo da Bica à entrada da vila, onde há espaço para estacionar, e percorrer as suas ruas a pé. Em alternativa, também pode levar o carro até lá cima, junto à igreja matriz e à entrada para o castelo, e depois descer as ruas da vila a pé. Só assim se consegue admirar toda a imponência das construções civis e religiosas espalhadas pelo entrançado de ruas.

Não perca muito tempo, pois apesar da vila não ser muito grande, tem um valioso património e muito que ver. Em Castelo Novo, para além do castelo, existem diversas capelas e igrejas datadas desde o século XVI e alguns solares que se destacam do restante casario. De notar ainda as fontes e chafarizes existentes na vila.

Capela de São Brás

Quem chega a Castelo Novo vindo da auto-estrada ou pela EN18 este é o primeiro monumento por que passa, ainda mesmo antes de chegar ao centro da localidade. Apesar de ser uma singela capela na beira da estrada, a Capela de São Brás é um templo bastante antigo. Possui uma pia baptismal de estilo manuelino. A Capela foi construída no século XVI, mas terá fundação anterior. Julga-se que estava associada a um complexo monacal do tempo dos Templários, que terá desaparecido aquando do processo de extinção daquela ordem militar no século XIV.

Chafariz da Bica

O grandioso e magnífico chafariz que nos recebe no largo da Bica, é uma construção do século XVII. De influência barroca, este lindo chafariz com acesso por uma escadaria, apresenta um enorme brasão de D. João V e uma cruz latina no topo.


Igreja da Misericórdia

A igreja da Misericórdia é um templo da segunda metade do século XVII e terá sido construída no local de uma capela mais antiga, talvez de Quinhentos. Segundo a tradição oral, esta igreja terá sido construída com doações particulares em tributo ao Senhor da Misericórdia por este ter livrado a aldeia e as suas plantações de uma praga de gafanhotos.

A Igreja da Misericórdia apresenta cantaria de granito e no seu interior de paredes brancas, destaca-se a capela do Senhor da Misericórdia com o interior totalmente revestido a azulejos azuis com painéis figurativos, narrando a “Lamentação de Cristo morto”. Capela-mor com retábulo de talha pintada com marmoreados fingidos.

No exterior, no terreiro em frente a igreja existe um busto em bronze do pintor José Barata Moura (1911-2011), natural de Castelo Novo.

Praça dos Paços do Concelho

Este espaço nobre, no coração de Castelo Novo, está delimitado por diversos edifícios rústicos, o solar dos Gamboas e a Antiga Casa da Câmara, edifício de raiz medieval, do século XIII, que integrava a estrutura muralhada da aldeia e o chafariz de D. João V. No centro da praça ainda poderá encontrar o Pelourinho da vila.


Antiga Casa da Câmara

Situada na Praça dos Paços do Concelho, este edifício medieval terá sido mandado edificar por D. Dinis, em 1290. Posteriormente, foi renovado no reinado de D. Manuel I (1510), como forma de assinalar a atribuição de novo foral a Castelo Novo.

O edifício, em granito, é composto por dois pisos: no piso térreo albergava a cadeia e, no primeiro piso, funcionou a Câmara até 1835, altura em que o concelho foi extinto, passando Castelo Novo a pertencer a Alpedrinha. O piso superior apresenta na fachada principal as armas reais de D. Manuel, ladeado pela cruz de Cristo e por uma esfera armilar.

Com a extinção do concelho, o edifício passou a funcionar como escola e, hoje, alberga o Núcleo Museológico de Castelo Novo.

Chafariz de D. João V

Tal como o Chafariz da Bica, também este é imponente e grandioso. Localizado na praça dos Paços do Concelho, encontra-se adossado à fachada do edifício da antiga Casa da Câmara. Apesar da antiga Casa da Câmara ser um edifício do século XIII, o Chafariz só foi ali construído no século XVIII e, apesar de estilos e épocas diferentes, diria que os dois casam na perfeição.

Também conhecido por Chafariz da Praça ou Fonte da Vila, esta é uma obra de estilo barroco, com três bicas e dois tanques, ricamente decorado com motivos vegetalistas e que ostenta o brasão de D. João V, em cujo reinado foi construído.


Pelourinho de Castelo Novo

No centro da praça dos Paços do Concelho vamos encontrar o Pelourinho de Castelo Novo, uma estrutura em cantaria de granito de construção no século XVI, onde ainda se podem ver os ferros de sujeição. O Pelourinho assenta numa série de degraus de onde sai a coluna de granito. Na parte superior, de onde saem os quatro ferros de sujeição, podemos ver a Cruz de Cristo, o escudo nacional e uma esfera armilar.

Igreja Matriz de Castelo Novo ou Igreja de Nossa Senhora da Graça

O templo original, do qual não restam quaisquer vestígios, terá tido fundação medieval (talvez no século XIII). A igreja foi remodelada no século XVIII. No seu interior, a igreja de Nossa Senhora da Graça é simples, apresentando os altares ricamente trabalhados. Tem coro-alto de madeira e duas pias de água benta em cantaria de granito, sendo que, uma delas, talvez seja do século XVII ou XVIII. A capela-mor apresenta um retábulo em talha pintada com marmoreados fingidos e ostenta a cruz de Malta. No pavimento da igreja existe a sepultura de Pedro Vaz, datada de 1616.


Castelo de Castelo Novo

O Castelo domina a vila e quem a visita. É visível de qualquer ponto e tem uma vista ampla sobre a vila de Castelo Novo.

O Castelo de Castelo Novo é um edifício militar construído, provavelmente, no século XIII e, mais tarde, reconstruido por ordem de D. Manuel I, já no século XV.

O Castelo encontra-se construído sobre um afloramento rochoso, numa das vertentes da serra da Gardunha, em local dominante da encosta. A data de construção do Castelo não está perfeitamente definida, havendo quem defenda que tenha sido construído pela Ordem do Templo, mas alguns autores defendem que a construção do Castelo seja anterior à tomada de posse das terras de Castelo Novo pela Ordem.

O que se sabe é que o Castelo sofreu muitas destruições e reconstruções ao longo dos tempos. Aos poucos, a pequena vila da serra da Gardunha foi-se tornando um ponto estratégico na defesa do país contra Castela, pelo que vários monarcas portugueses reforçaram o seu Castelo.

Das actuais ruínas do Castelo ainda podemos observar a muralha e entrada (que datam do século XIII, reformadas no século XV), o que resta da torre de menagem (também do século XIII e adaptada no século XIV para servir de Paço do Comendador), a muralha sul (construída no século XV) e a torre do relógio, construída no século XV como torre de defesa e, no século XVI adaptada a torre sineira.

Durante o século XIV o Castelo sofreu grande destruição, possivelmente após conflitos com o reino vizinho e, posteriormente, terá passado por um período de abandono. No século XV surge, então, a sua reconstrução por ordem de D. Manuel I. O Castelo terá sido ocupado até finais do século XVI.

Com o passar do tempo Castelo Novo foi perdendo o seu peso político em detrimento de Alpedrinha e, no decorrer do século XVIII o Castelo encontrava-se quase em ruína.

No século XX, o Castelo recebeu obras de consolidação e de restauro nos panos de muralha e foram criados uns passadiços metálicos para facilitar a visita.

Casa da Comenda

A Casa da Comenda situava-se no que terá sido o núcleo primitivo da localidade. Do edifício original, do século XVI, já pouco resta, estando totalmente em ruínas. Resistem apenas algumas paredes em cantaria de granito.


Galeria de Arte Manuela Justino

A Galeria é um espaço dedicado à pintora e escultora nascida em Castelo Novo. Manuela Justino é considerada uma das mais originais artistas nacionais do século XX.


Atelier Histórias Criativas

Foi aqui onde nasceram as bonecas de lã que representam as 12 lendas das Aldeias Históricas. Este é um projecto de cariz social, cultural e educativo que foi idealizado a pensar nas crianças e desenvolvido pelas Aldeias Históricas de Portugal em parceria com os municípios e agrupamentos escolares da rede.


Lagariça

Não muito longe do Castelo, já próxima da Casa da Comenda, num pequeno largo limitado pela Casa da Lagariça e por outros edifícios de arquitectura popular, está a Lagariça.

A Lagariça é um dos locais mais curiosos de Castelo Novo. É um primitivo lagar comunitário, muito antigo, escavado na rocha. O lagar é composto por duas tinas: uma superior, maior e arredondada; e outra, num nível inferior, menor e rectangular. As duas tinas estão escavadas num afloramento granítico ao qual se acede através de escadas laterais. No centro da tina superior existe um orifício onde era firmada a prensa manual para espremer o engaço. No fundo há um buraco por onde escorria o mosto que era recolhido na tina mais pequena.

Testemunho de uma das primeiras práticas da cultura e produção de vinho, calcula-se que esta Lagariça possa ser do século VII ou VIII, e que seja das poucas, ou mesmo a única, que ainda se conserva em território nacional.

Casa da Lagariça

A Casa da Lagariça é o local onde pode encontrar diferentes peças de artesanato e produtos originais de Castelo Novo e da região. Convém fazer marcação prévia.

Calçada dos Templários

Por detrás da Lagariça existe a Calçada dos Templários. É um caminho estreito, empedrado que percorre uma zona de terrenos de cultivo. Esta Calçada poderá existir desde esse tempo já que após ter recebido foral de D. Sancho I, em 1202, parte das terras de Castelo Novo foram doadas à Ordem dos Templários.


Capela de Santo António

Localizada no exterior da muralha do Castelo, mesmo ao lado do edifício dos Paços do Concelho, a capela de Santo António encontra-se adoçada a algumas casas. O pequeno espaço religioso, datado do século XVI, apresenta na sua fachada principal uma porta de volta perfeita e uma pequena sineira do lado direito. A imagem do santo padroeiro, no interior da capela, data do século XVII.


Chafariz d’El Rei

O Chafariz d’El Rei, também conhecido por Chafariz Fundeiro, é uma construção medieval, datada do século XIV. É um chafariz simples composto por duas bicas e um tanque rectangular, apresentando as armas de D. Dinis, altura em que foi construído.

Capela de Santa Ana

Ligeiramente retirada do centro histórico de Castelo Novo, a Capela de Santa Ana é um templo simples, de arquitectura vernacular, datado do século XVI. Da sua construção original, apesar das várias reconstruções, ainda permanecem a sua estrutura e o portal de volta perfeita. No interior apresenta um retábulo-mor em talha pintada e dourada, provavelmente do fim do século XVIII. Pode-se aceder à Capela de Santa Ana seguindo a Calçada Romana, a partir do Cabeço da Forca.


Cabeço da Forca

Era aqui que era executada a sentença de morte aos criminosos da época medieval. O Cabeço da Forca é constituído por dois grandes blocos de granito onde assentavam os esteios da forca medieval. Na pedra superior é possível encontra duas caveiras esculpidas. Calcula-se que a edificação deste Cabeço tenha ocorrido por volta dos séculos XIII ou XIV, altura que a povoação passou a ter poder judicial.

Cruzeiro de Castelo Novo

Perto do Cabeço da Forca fica o denominado Cruzeiro de Castelo Novo. Na realidade, trata-se de um padrão e não de um cruzeiro. É um monumento já mais recente (1940) para assinalar a passagem do 3º Centenário da Independência (1640) e dos 700 anos da Independência de Portugal (1140). Este é um excelente ponto par ase ter uma magnífica panorâmica para vila de Castelo Novo e também para a serra da Gardunha.











Calçada Romana

Entre o Cabeço da Forca e as imediações da Capela de Santa Ana existe um troço de caminho que é denominado de Calçada Romana ou Estrada Romana. Efectivamente, a aldeia é atravessada por uma via em calçada, que aparece referenciada como calçada romana. Dessa via que ligava Alpedrinha a Castelo Novo fazia parte a antiga travessia na ribeira de Alpreade (junto à praia fluvial) onde ainda se pode observar um arco de feição românica (do século XII) que pertencia a uma antiga ponte da época romana e medieval.


Miradouro das Alminhas

Este miradouro merece uma paragem pela beleza da sua paisagem. Daqui temos um excelente ponto para admirar a beleza da paisagem da serra da Gardunha, com vista para a ribeira de Alpreade e para as ruínas de uma antiga fábrica de lanifícios.


Miradouro da “Pardinha”

Vá até este miradouro onde, para além de belas vistas, se poderá “encontrar” com dois artistas. Aqui tem um mural de arte urbana assinado pelo artista setubalense Samina, que é dedicado ao pintor Barata Moura (1911-2011), que era natural de Castelo Novo.















Praia fluvial de Castelo Novo

A ribeira de Alpreade que por esta altura (Inverno) mais parece um rio selvagem devido à sua força e à quantidade de água que leva, durante os meses quentes de Verão (e aqui faz muito calor...) transforma-se numa agradável piscina natural. Devido a um sistema de comportas que retém as águas da ribeira, formando piscinas de diferentes profundidades, durante o Verão poderá encontrar aqui um espaço muito aprazível para se refrescar. O espaço, à entrada da vila, conta com um relvado e bar de apoio.


Ao percorrer as ruas estreitas e sinuosas de Castelo Novo vamos encontrar alguns solares e casas nobres como é o caso da Casa da família Falcão, um edifício brasonado junto ao largo da Bica, datado do século XVII e que foi residência do primeiro presidente de Câmara de Castelo Novo, em 1616. O edifício apresenta uma bonita varanda de canto e a porta do cocheiro. Ainda no largo da Bica temos a Casa de Luís José Correia, um edifício já dos séculos XIX e XX. O Solar da família Correia Sampaio, junto ao Chafariz d’El Rei, data do século XVIII, e hoje está a funcionar como unidade de alojamento local. De localização nobre, em frente a Casa da Câmara, encontramos o solar que pertenceu à família Gamboa, um edifício do século XVIII.

Castelo Novo é “uma das mais típicas povoações da serra, escondida num fragoso recôndito a 700 metros de altitude, entre penhascos, despenhadeiros e bosquedos”, assim a descreveu Jaime Cortesão. Percorrer as suas ruas íngremes e empedradas, ladeadas por construções de granito de aspecto sólido e robusto é um privilégio e uma lição de História. É uma deliciosa viagem no tempo.

“Castelo Novo é uma das mais comovedoras lembranças do viajante. Talvez um dia volte, talvez não volte nunca” , duvidava Saramago. Onde se volta sempre, acrescento eu. Castelo Novo é um encanto.


Ali perto…

Atravessada pela N18, Alpedrinha é conhecida como a “Sintra da Beira” e tem bastantes pontos de interesse.

A cerca de sete quilómetros de Castelo Novo a vila de Alpedrinha conserva exemplares antigos de arquitectura nobre e popular nas suas pitorescas ruas, onde podemos encontrar diversos solares. Mas o seu principal cartão de visita é o bonito Palácio do Picadeiro (século XVIII), hoje a funcionar como espaço museológico e, logo abaixo, temos o Chafariz Real mandado construir por D. João V (1714). Para além das diversas capelas há que referir a matriz, Igreja de São Martinho Bispo, bem como a Igreja da Misericórdia. Motivos mais do que suficientes para uma visita a esta pitoresca vila.

Alcongosta fica a cerca de 15 quilómetros de Castelo Novo e é conhecida por ser terra de cerejas – a famosa Cereja do Fundão. 60% da produção nacional de cereja está aqui, por isso recomendo um passeio pela aldeia e arredores se for tempo de cereja. Um espectáculo imperdível de oito mil hectares de cultivo de cereja que que se cobrem de flores brancas na primavera, e que se pintam de vermelho vivo, no verão.

Nesta aldeia típica da Cova da Beira ainda se mantém viva a arte da produção de cestaria. De visitar a igreja de Nossa Senhora da Anunciação (século XVII) e algumas capelas que remontam ao século XVI. Nas proximidades, localiza-se uma calçada romana que fazia parte do sistema viário da serra da Gardunha.

Alcaide é a capital do cogumelo. Nesta pequena aldeia com 800 anos de história realiza-se (em Novembro) um evento único, o Míscaros – Festival do Cogumelo, festival que leva gente de todo o país até à aldeia.

Alcaide, a cerca de 15 quilómetros de Castelo Novo, é uma das mais antigas povoações da serra da Gardunha com uma paisagem e um património muito interessante como é o caso dos antigo edifício dos Paços do Concelho, da bonita igreja de São Pedro (século XVI), da torre sineira e das muitas capelas dos séculos XVI e XVII espalhadas pela aldeia. E vai ser este o nosso próximo destino...


Descarregue aqui um pequeno Guia com os locais a visitar que pode imprimir ou levar no seu telemóvel quando visitar Castelo Novo.



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