Com uma extensão superior a sete quilómetros, os Passadiços de Aveiro são já um ponto de passagem obrigatório para os amantes da ria e da natureza.
Inaugurados no Verão do ano passado, estes Passadiços ligam a cidade de Aveiro à aldeia de Vilarinho, em Cacia. O início do trajecto fica no Canal de São Roque, bem perto do centro da cidade, passa pelo cais da ribeira de Esgueira, Mataduços, Cabeço e termina em Vilarinho, no rio Vouga, junto à ponte caída. O seu percurso, praticamente plano, consiste em Passadiços de madeira alternados com algumas partes em terra batida.
O Passadiço está construído ao longo da orla da ria de Aveiro e atravessa zonas de água, sapais e floresta, apresentando sempre uma vista soberba sobre a ria com a sua fauna e flora. Inserido numa zona de protecção especial, este Passadiço é um bom local para observação de aves (de manhã bem cedo), já que a ria de Aveiro serve de abrigo a várias espécies e, durante os meses de Inverno, a mais de 20.000 aves migradoras. No seu percurso podemos ainda observar algumas embarcações – algumas delas naufragadas –, painéis com informação sobre a ria e zonas de descanso com bancos em madeira onde, em cada um deles, estão gravadas algumas expressões regionais ligadas à ria e respectivas explicações.
De salientar que este Passadiço tem a particularidade de “ser diferente” a cada altura do dia, consoante a maré e a altura do sol. A Linha de Terra recomenda a altura da maré alta (tente informar-se), pois tem mais água junto aos Passadiços e de manhã cedo, para observar as aves ou, então, perto do final da tarde para observar o por do sol e as suas cores “mágicas”.
Apesar de o “ponto de partida” destes Passadiços ser em Aveiro, no canal de São Roque, existem outras alternativas: em Vilarinho e fazer o percurso em sentido inverso, ou então, no cais da ribeira de Esgueira (onde é fácil estacionar o carro), podendo aqui optar por seguir em direcção a Aveiro (2,5 quilómetros) ou no sentido de Estarreja (cinco quilómetros). De referir que na marcação do percurso aparece sempre referência a Estarreja, porque é intenção fazer a ligação deste Passadiço com os percursos da BioRia de Salreu, em Estarreja. Assim, brevemente, teremos um percurso com cerca de 23 quilómetros entre Aveiro e Salreu.
A Linha de Terra fez os Passadiços nos dois sentidos (cerca de 15 quilómetros). Por questões de “logística” e de proximidade, optei por iniciar o trajecto em Vilarinho indo até ao Canal de São Roque e voltar. O trajecto, sem desníveis, faz-se bem, embora em dias de muito calor, possa ser mais “duro” pois as zonas de sombra são poucas.
Os Passadiços de Aveiro são muito interessantes, apelativos e até mesmo didácticos, entre Vilarinho e o cais da ribeira de Esgueira (cerca de 5 quilómetros), sendo este troço o mais frequentado. Entre a ribeira de Esgueira e o canal de São Roque o trajecto é muito pouco interessante; primeiro por estrada (cerca de 500 metros) e, depois, num estradão de terra batida (perto de dois quilómetros) que corre, lado a lado, com uma auto-estrada muito movimentada e um viaduto de caminho-de-ferro que tapa, quase por completo, a vista para a ria. Como o Passadiço também é ciclável (é preciso prestar alguma atenção às bicicletas durante o percurso!), talvez este troço seja particularmente dedicado a estes veículos de duas rodas…
Passadiços de Aveiro
Percurso linear de aproximadamente 7.500 metros entre o canal de São Roque (Aveiro) e Vilarinho (Cacia). Este Passadiço pode-se fazer todo o ano, no entanto, nos dias mais quentes existem poucas zonas de sombra.
Ponto de partida / chegada: Canal de São Roque (Aveiro); Cais da ribeira de Esgueira; Vilarinho (Cacia), junto à ponte caída – Rua das Cercas.
Duração: cerca de 2h00 para cada lado (se optar pelo trajecto completo).
Grau de dificuldade: Baixo (1 numa escala 0-5)
Recomendações: Mesmo sendo um percurso plano, tenha sempre em atenção o seu estado físico. Sempre que possível, não vá sozinho. Tome atenção às horas para não ter que caminhar no escuro, depois de anoitecer não há iluminação. Não deixe lixo e, se vir algum, tente levá-lo consigo sempre que possível. Não faça barulho. Respeite a natureza, relaxe e desfrute, vai ver que não há melhor actividade física.
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