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Foto do escritorJoão Pais

Branda da Aveleira

Atualizado: 9 de mai. de 2021



A estrada serpenteia por entre as serras. Estamos em plena montanha, rodeados de paisagens de cortar a respiração. A pequena aldeia está perdida no meio da serra.

Localizada nas encostas da serra da Peneda, perto da nascente do rio Vez, a Branda da Aveleira, actualmente, é uma aldeia turística, vocacionada para o turismo rural e de montanha. Aqui, no meio da grandiosidade da serra, impera a paz, o sossego e o silêncio.

A Aveleira é uma das muitas brandas que se encontram espalhadas pelas encostas mais altas do Minho. A aldeia, composta por cerca de 80 casas rústicas e algumas cardenhas, é um importante legado quer pelo seu valor arquitectónico, como antropológico.

A aldeia chegou a estar quase abandonada nos anos 70 do século passado mas, actualmente, tem vindo a ser recuperada, principalmente para fins turísticos – uma maneira de salvaguardar a própria aldeia e o seu tipo de arquitectura.

As cardenhas são pequenas construções em granito, muito simples e muito rudes, que serviam de abrigo aos pastores e seus animais que faziam a transumância. E era nestas casas toscas que os pastores passavam os dias entre o início da Primavera e final do Verão. Outrora, estas construções serviram também para abrigo dos monges que faziam o percurso entre Braga e o Convento de Fiães, em Melgaço.

A Branda da Aveleira é utilizada desde o século XII, por alturas da Primavera e do Verão, como local de pastoreio. Era para estes locais, mais altos, denominados de brandas, que nas épocas mais quentes do ano os brandeiros subiam com o gado e onde encontravam pasto fresco, deixando os terrenos mais baixos disponíveis para outros cultivos agrícolas.

A Branda da Aveleda está inserida num vale da serra da Peneda, de um lado da encosta temos algumas casas, a igreja e o restaurante – o único estabelecimento comercial da aldeia, já que, na Branda, não existe um único café – e, do outro lado, algumas cardenhas e as pequenas casas, umas reconstruídas ou em vias disso e outras ainda abandonadas. Pelo meio, temos o rio Aveleira com uma pequena represa de água fresca e cristalina, local ideal para tomar um banho refrescante nos dias quentes de Verão.

Hoje, a aldeia tem pouca gente e, pastores há muito poucos. Ao passear pelas suas ruelas estreitas, ou pelos caminhos murados em granito, é frequente cruzar-se com alguns animais da raça Cachena. E, com sorte, nos pastos circundantes da aldeia, poderá observar uma ou outra manada de cavalos selvagens. Cavalos Garranos, uma raça nativa do norte da Península Ibérica e que foi considerada, pela União Europeia, em 1994, raça ameaçada.

A aldeia disponibiliza nove casas devidamente recuperadas e com as modernidades dos dias actuais para uma estadia agradável e reconfortante, tanto para o corpo como para a alma. A Branda da Aveleira proporciona aos seus visitantes magníficas paisagens, seja percorrendo os diversos trilhos a pé ou de bicicleta. Poderá apreciar a fauna e a flora da região, destacando-se os cavalos Garranos e os bovinos de raça Cachena, muito frequentes por estas paragens (mais informações em www.brandadaaveleira.com). Não muito distante de carro, para além do Parque Nacional Peneda-Gerês e da serra da Peneda, ficam Sistelo, Melgaço, Lamas de Mouro, Castro Laboreiro, Soajo e Lindoso.

A Branda da Aveleira é uma aldeia de sonho. Uma aldeia que parece saída de um filme que nos apetece voltar a ver ou de um romance que queremos reler. Um lugar bucólico que parou no tempo. É um lugar mágico, cheio de encanto, onde nos unimos com a natureza. Aqui o tempo passa devagar, sentimos os elementos, sentimos a terra e o vento que nos murmura histórias ao ouvido. Saímos daqui com a alma cheia.


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