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Foto do escritorJoão Pais

Atualizado: 18 de out. de 2023


Cascata do Arado
Cascata do Arado

A Cascata do Arado, em pleno Parque Nacional da Peneda-Gerês, é uma das mais famosas e frequentadas cascatas de Portugal. Principalmente durante os fins-de-semana de Verão a afluência é grande.

A Cascata do Arado situa-se a três quilómetros da aldeia de Ermida (concelho de Terras de Bouro) e a oito da vila do Gerês, em pleno coração da serra do Gerês. Situada a cerca de 800 metros de altitude, no rio Arado, esta queda de água, entre as rochas, é uma sucessão de cascatas que termina num lago de águas cristalinas.

O rio Arado é um rio de montanha de beleza ímpar que corre bastante encaixado, serra abaixo, formando inúmeras cascatas e pequenas lagoas. Este rio nasce em plena serra do Gerês na confluência de diversas ribeiras a mais de 1200 metros de altitude (acima do Curral do Camalhão) e desagua no rio Fafião pouco depois da Cascata de Fecha de Barjas (Cascata do Tahiti) nas imediações da aldeia de Fafião (já no concelho de Montalegre).

Todo o percurso até à Cascata do Arado é bastante cénico, onde o contacto com a Natureza é privilegiado. O acesso à Cascata é possível de carro (por isso a grande afluência…). A partir da vila do Gerês siga a indicação do miradouro da Pedra Bela e, depois, miradouro das Rocas. A partir da aldeia de Ermida, só tem que seguir a estrada florestal até ao miradouro das Rocas. Embora exista uma estrada em terra batida que nos leva até à ponte sobre o rio Arado - nem sempre está em bom estado, e nem sempre há estacionamento junto à ponte -, por isso sugiro que estacione o carro junto ao miradouro das Rocas e faça o resto do percurso a pé. São cerca de 800 metros (menos de dez minutos a pé).

A partir da ponte, existe uma escadaria talhada no terreno inclinado que nos leva até ao miradouro onde é possível avistar e contemplar a beleza da Cascata do Arado. Daqui, para além de uma ampla visão sobre a Cascata pode ouvir o som relaxante da água que se despenha em duas quedas consecutivas (com 10 e 18 metros de altura, respectivamente). Garanto que a vista deslumbrante e toda a envolvente sobre a Cascata valem a pena o esforço de subir os cerca de 50 degraus.

Apesar de ser um local convidativo para um mergulho, o seu acesso é perigoso e requer alguns cuidados. Junto ao miradouro existe um “caminho” que desaconselho por ser bastante íngreme e escorregadio, que leva à base da Cascata. Em alternativa, junto à ponte pode descer para o leito do rio e fazer uma pequena caminha de pedra em pedra, evitando as pequenas lagoas, até chegar à base da Cascata.

Cascata do Arado
Cascata do Arado

Se quiser mesmo dar um mergulho, sugiro que esteja atento ao próximo artigo, onde irei revelar onde se pode refrescar, aqui bem perto, sem andar tanto, sem ter que saltar de pedra em pedra e, muito provavelmente, sem ninguém...

Ouvimos regularmente notícias de acidentes nas cascatas do Parque Nacional da Peneda-Gerês, por isso, vou deixar aqui algumas recomendações que considero importantes. Em primeiro lugar, lembre-se que está numa área protegida e numa área selvagem. Respeite-a!

No Gerês existem muitas cascatas: as fáceis de alcançar como esta, e outras em que é preciso fazer alguns quilómetros a pé para lá chegar. Informe-se antes de ir. Lembre-se que, no pico do Verão, é normal haver menos água e as cascatas ficam mais pequenas, ou mesmo podem secar. A melhor altura para visitar as cascatas é na Primavera ou no Outono depois das primeiras chuvas. De Inverno, é de todo desaconselhado a visita às cascatas menos acessíveis. Lembre-se que as cascatas, embora apetecíveis, não são zonas balneares, são um espaço selvagem de grande beleza, perfeitos para momentos de comunhão com a Natureza, de contemplação, de recarregar energias, de reflexão e de interiorização. Nos dias quentes de Verão, em segurança, pode aproveitar para um banho refrescante. Observe, contemple, sinta e fotografe. Não se demore no local, não faça barulho, não deixe lixo, leve calçado adequado e mantenha-se em segurança. Não corra riscos desnecessários. Ah! Já agora, se puder, evite os fins-de-semana.


Coordenadas GPS:

N 41º43.35'

W 8º7.76568'


Foto do escritorJoão Pais

Atualizado: 1 de nov. de 2023


Fisgas de Ermelo, em Mondim de Basto
Fisgas de Ermelo, em Mondim de Basto

Hoje venho partilhar convosco um dos meus trilhos favoritos e um dos mais emblemáticos e dos mais bonitos do nosso país: o trilho das Fisgas de Ermelo, em Mondim de Basto.

Eu sou suspeito para falar deste trilho, pois já o fiz três vezes – ainda bem que não moro ali perto… –, e considero-o um dos trilhos mais bonitos do nosso país e um dos melhores para quem gosta de Natureza, de caminhar, de dar uns mergulhos (como eu…) e ainda de poder conhecer aldeias ancestrais.

Inserido no Parque Natural do Alvão, encaixado entre os concelhos de Mondim de Basto e de Vila Real, ao percorrer este trilho podemos admirar as magníficas Fisgas de Ermelo, onde o rio Olo vence um desnível de cerca de 200 metros, onde se formam fantásticas quedas de água e apetecíveis lagoas (aqui chamam-lhes Piocas) de água transparente. Aqui, nas famosas Fisgas de Ermelo, a água do rio Olo despenha-se por entre rochas com 480 milhões de anos onde, dizem os entendidos, estão guardados fósseis de animais marinhos que remontam à passagem do mar por aqui.

Neste paraíso natural vamos encontrar grandiosas paisagens, com vales muito profundos e rochedos que formam miradouros vertiginosos, aqui e ali, pontuadas por maravilhosas aldeias.

Aqui o rio Olo vence um desnível de cerca de 200 metros, numa sequência de quedas de água
Aqui o rio Olo vence um desnível de cerca de 200 metros, numa sequência de quedas de água

O PR3 de Mondim de Basto, ou o trilho das Fisgas de Ermelo, como normalmente é conhecido, é um dos trilhos mais emblemáticos de Portugal. O trilho é um bocadinho puxado e requer algum esforço, devido à sua extensão e ao desnível acentuado de cerca de 650 metros, pelo que se recomenda uma boa forma física e algum hábito neste tipo de percursos. A serenidade e a beleza dos locais por onde passamos – a cascata das Fisgas de Ermelo, Piocas de Cima, Piocas de Baixo, a aldeia de Ermelo, as vistas da serra... – não só compensam o esforço e a energia gasta, como nos enchem a alma e o coração. Estes são locais inesquecíveis.

Este PR3 de Mondim de Basto - Fisgas de Ermelo, (oficialmente) inicia-se na aldeia de Ermelo, junto à igreja. No entanto, como é um trilho circular, eu prefiro começar no miradouro das Fisgas (no final do texto digo-vos porquê…).

Deixo-vos aqui uma curiosidade: as Fisgas têm o nome de Ermelo devido à importância histórica da aldeia na região mas, na realidade, ficam mais perto da aldeia de Varzigueto, e os habitantes desta aldeia ficam um “bocadinho irados” quando ouvem o nome da aldeia vizinha. Dizem que foram usurpados e que as Fisgas deveriam ter o nome da sua aldeia.


PR3 de Mondim de Basto, no Parque Natural do Alvão
PR3 de Mondim de Basto, no Parque Natural do Alvão

Iniciei este PR3 no parque de estacionamento do miradouro das Fisgas de Ermelo onde se tem uma vista incrível sobre os penhascos. Este miradouro vertiginoso permite-nos observar a queda de água (embora este não seja o melhor lugar) e admirar a profundidade do vale. O miradouro não tem qualquer amparo ou resguardo pelo que é recomendável o máximo de cuidado, não se aproximar demasiado da berma e toda a atenção com as crianças. Não é aconselhado a pessoas com vertigens…

Daqui, segui pela direita (sentido contrário aos ponteiros do relógio), onde temos uma descida acentuada e prolongada em direcção ao rio Olo e com uma passagem pela capela de São José do Fojo, construída durante o século XVIII.

O trajecto faz-se em caminho de terra batida por meio de muitos eucaliptos até ao desvio para as Piocas de Baixo. A descida é longa e os joelhos irão sentir-se, por isso, vá devagar. Já perto do final da descida, há um desvio devidamente sinalizado – aliás, todo o percurso está muito bem sinalizado e limpo –, para ir visitar as Piocas de Baixo e aí tomar um banho.

Piocas de Baixo
Piocas de Baixo

O desvio do trilho até às Piocas de Baixo serão uns 400 a 500 metros (para cada lado) e garanto-vos que vale a pena, pois o local é fantástico e de enorme beleza. Aqui vamos encontrar umas lagoas naturais (Piocas) mesmo a pedir um banho. Estas autênticas piscinas naturais encontram-se enquadradas por uma vegetação luxuriante e por uma pequena queda de água. É um local de grande beleza natural. Eu fiz o trilho de manhã e, apesar do calor, apenas encontrei um casal nas Piocas de Baixo. Casal que viria a encontrar, mais tarde, nas imediações das Piocas de Cima.

Piocas de Baixo: vale a pena fazer o pequeno desvio para apreciar esta beleza natural
Piocas de Baixo: vale a pena fazer o pequeno desvio para apreciar esta beleza natural
Piocas de Baixo
Piocas de Baixo

Depois de um banho nas Piocas de Baixo e de explorar um pouco a margem do rio era necessário regressar ao trilho. Daqui ate à aldeia de Ermelo são cerca de 30 a 40 minutos. Vamos continuar a descer até atravessarmos uma ponte de madeira que cruza o rio Olo (a ponte da Abelheira). Agora, toca a subir, encosta acima, até ao centro da aldeia de Ermelo.


Ponte da Abelheira, sobre o rio Olo
Ponte da Abelheira, sobre o rio Olo

Ao chegar à rua central de Ermelo, a meio de uma curva, vire à direita em direcção à igreja da aldeia, igreja de São Vicente, de provável construção no século XVII. Oficialmente, o PR3 tem início (recomendado) aqui. Logo à frente da igreja encontra-se o café da aldeia (Sabores do Alvão). Entre e converse um pouco com os habitantes locais. Descanse as pernas, peça uma bebida fresca e abasteça-se de água para o caminho, pois vai precisar...

De volta ao traçado deste PR3, vamos percorrer cerca de 500 metros da rua principal da aldeia, vamos passar pelo Pelourinho e por algumas construções típicas.


Pelas ruas de Ermelo
Pelas ruas de Ermelo
Igreja de Ermelo
Igreja de Ermelo
Algumas das construções típicas da aldeia
Algumas das construções típicas da aldeia
Pequeno largo na aldeia de Ermelo repleto de placas
Pequeno largo na aldeia de Ermelo repleto de placas

Ermelo é uma belíssima aldeia histórica e secular. Foi vila medieval com foral atribuído por D. Sancho I em 1196. Foi sede de concelho entre os séculos XVI e XIX. Hoje, ainda conserva o seu belo casario rural com casas construídas em xisto e com telhados de lousa. Vale a pena espreitar algumas das ruas desta maravilhosa aldeia e admirar as suas construções bem preservadas.

Deixamos a aldeia num pequeno largo repleto de mensagens escritas em pedras de lousa. Seguimos pela esquerda, atravessando um luxuriante souto de castanheiros até atingirmos o fundo do vale onde atravessamos mais uma ponte de madeira, desta vez sobre a ribeira de Fervença.

Ponte sobre a ribeira de Fervença
Ponte sobre a ribeira de Fervença

Aqui, na margem desta agradável ribeira fiz uma pequena pausa para comer e tive a agradável companhia de um pequeno cão que me acompanhou, serra fora, até às Piocas de Cima (onde ficou, junto à água, a confraternizar com outras pessoas…). Este foi o meu único companheiro na subida até às Piocas de Cima.

Após a ribeira de Fervença, iniciamos a longa subida pela serra. Vamos subir dos 340 até aos cerca de 750 metros de altitude. É uma subida dura, longa e sem sombras. É preciso fazê-la com calma, pausadamente e aproveitando a maravilhosa vista. Eu disse que ia precisar de água fresca…

Esta longa subida que começa com um estradão florestal e depois segue por um caminho através da serra com vistas espectaculares. É intercalada por dois pontos de observação onde aproveitei para ganhar algum fôlego para o resto da subida. Primeiro a Lomba do Bulhão onde, para quem inicia o trilho na aldeia de Ermelo, tem uma primeira vista para os desfiladeiros e para a cascata das Fisgas de Ermelo e, lá mais acima, o Alto da Cabeça Grande, já mais próximo da cascata. Vá subindo e vá descansando o corpo e regalando a vista com a magnífica paisagem. Sente-se (eu nunca me sento; quando faço paragens, descanso tentando manter sempre o corpo em movimento com pequenos passos) e escute o silêncio enquanto contempla a grandiosidade da paisagem. Aprecie a paz e a comunhão com a Natureza. Durante a subida poderá encontrar alguns rebanhos de cabras e até algumas vacas maronesas.


Ao lado do miradouro do Alto da Cabeça é possível fazer um desvio e ir tomar um banho nas Piocas. Caso o faça, tenha muito cuidado porque o caminho é algo acidentado. Um pouco mais acima, vai encontrar o desvio para as Piocas de Cima onde se poderá refrescar “à vontade” – refrescar é o termo certo já que a água costuma ser bem fresquinha – nas águas transparentes do rio Olo. Aqui vai encontrar várias pequenas lagoas naturais (umas mais profundas do que outras) e algumas quedas de água. Se for a banhos, tenha cuidado com as pedras molhadas que escorregam bastante.

Piocas de Cima
Piocas de Cima
Aproveite a beleza das Piocas de Cima para dar um mergulho
Aproveite a beleza das Piocas de Cima para dar um mergulho

Aqui, com algum engenho e arte, poderá atravessar o rio e retomar o trilho na outra margem, evitando assim a ida até à aldeia de Varzigueto e poupar cerca de 2,5 quilómetros. No entanto, não recomendo que o faça, a não ser que esteja a ficar tarde e tenha que regressar antes que fique escuro.

O rio Olo nasce em pleno Parque Natural do Alvão, na freguesia de Lamas de Olo, a cerca de 1250 metros de altitude e desagua 43 quilómetros depois, no rio Tâmega, já relativamente perto da cidade de Amarante. O rio Olo tem um desnível entre a sua nascente e a sua foz de 1200 metros, com declives muito acentuados, evoluindo por desníveis e cascatas, onde o maior destaque vai para as Fisgas de Ermelo. Aqui, na zona das Fisgas, o curso do Olo, ao longo de 500 metros, é abruptamente interrompido por um acidente geológico originado por uma falha que é responsável por uma sucessão de quedas de água, num desnível com cerca de 250 metros.

Aldeia de Varzigueto
Aldeia de Varzigueto
Varzigueto
Varzigueto
Espigueiro em Varzigueto
Espigueiro em Varzigueto

Daqui, segue-se em direcção à aldeia de Varzigueto, seguindo a margem do Olo e passando por um antigo moinho. Na aldeia pode observar a capela de Nossa Senhora da Luz e alguns espigueiros. A seguir à aldeia viramos à esquerda pela estrada de asfalto (aqui também poderá encontrar algum gado maronês), atravessamos a ponte e regressamos em direcção às Piocas de Cima, agora pela outra margem do rio Olo. Aqui, par além de um local bastante aprazível e propício para refrescar o corpo, vai encontrar uma fonte (e um tanque) com água fresca, caso necessite de reabastecer.

Monte Farinha e a ermida da Senhora da Graça, vista da Cancela do Miradouro
Monte Farinha e a ermida da Senhora da Graça, vista da Cancela do Miradouro

Vamos entrar na fase final deste trilho. Segue-se mais uma subida até à zona das Piocas de Cima, onde vale a pena fazer uma paragem para voltar a contemplar este magnífico local. Depois vamos fazer uma passagem pela Cancela do Miradouro com vista para o monte Farinha (941 metros de altitude) e para a ermida da Senhora da Graça, às portas de Mondim de Basto. Segue-se a descida final até ao estacionamento junto ao miradouro das Fisgas de Ermelo. Vamos descer pelo meio de um eucaliptal com alguma inclinação e com bastante pedra solta, por isso é necessária alguma atenção.

No final deste percurso pedestre que circunda as imponentes cascatas das Fisgas de Ermelo, uma das mais altas de Portugal, pode descansar e retemperar forças sentado-se numa das rochas dos vertiginosos penhascos e desfrutar desta vista maravilhosa. A grandiosidade do local, que chega a assustar, com a sua visão impressionante das escarpas quase verticais, requer um momento para apreciar a beleza da natureza e a sua imensidão, em contraste com a pequenez e fragilidade humana. O respeito pela imponência do local impõe-se. Como escreveu Miguel Torga, aqui pode encontrar “um misto de espanto e terror” (in Diário VIII).

Das três vezes que fiz este magnífico trilho, apenas da primeira vez iniciei o percurso na aldeia de Ermelo. A explicação é fácil de dar: depois de conhecer o trajecto e saber que, normalmente, há muita gente a tomar banho nas Piocas de Cima, precisava de encontrar uma alternativa para um mergulho retemperador antes do regresso a casa. Foi assim que descobri as Piscinas Naturais do rio Cabrão, na aldeia de Pioledo, que já mereceram um Hot Spot aqui no blog (ver aqui), a menos de dez minutos de carro. Um pequeno paraíso sem viva alma… Não contem a ninguém.


Características do trilho

PR3 MDB - Fisgas de Ermelo

Trilho circular de aproximadamente 12 400 metros (eu fiz 16 800 metros).

Pontos de partida/chegada: Ermelo, miradouro das Fisgas de Ermelo, ou Varzigueto

Pontos de interesse: aldeia de Ermelo, aldeia de Varzigueto, Fisgas de Ermelo, miradouro das Fisgas de Ermelo, Piocas de Cima, Piocas de Baixo, rio Olo, Alto da Cabeça Grande, paisagem natural ao longo do percurso.

Duração: 4 a 5 horas

Altitude máxima: 785 metros

Altitude mínima: 170 metros

Grau de dificuldade: Moderado (3 numa escala 1-5)

O trilho não sendo muito exigente (tem algumas descidas mais acentuadas) torna-se cansativo devido ao sobe e desce e à sua extensão, exigindo alguma forma física. O trilho tem uma grande parte que é bastante exposto pelo que é aconselhável o uso de chapéu e protector solar (para aplicar várias vezes durante a caminhada).

Este trilho pode fazer-se todo o ano, embora eu desaconselhe o Inverno e dias muito quentes de Verão. A melhor altura será na Primavera e no Outono porque as cascatas e lagoas estão no seu esplendor.

Leve o lanche na mochila e disponha de um dia inteiro para fazer este trilho, para desfrutar das Piocas, para conhecer a aldeia típica de Ermelo com calma e “saborear” demoradamente esta experiência inesquecível. Percorrer este PR3, ou pelo menos parte dele, é a melhor maneira de admirar a cascata das Fisgas de Ermelo, uma das maiores do nosso país. Este trilho leva-nos a desfrutar de algumas das magníficas paisagens deste paraíso natural que é o Parque Natural do Alvão e conhecer uma das aldeias mais genuínas da região.


Recomendações

Tenha sempre em atenção a sua forma física. Tente informar-se com antecedência do estado do terreno e estude o trilho. Confirme o estado do tempo para o local para onde vai. Não se esqueça que na serra o tempo pode mudar de repente. Use roupas e calçado adequado para este tipo de actividade (e de acordo com a estação do ano). Caminhe sempre nos trilhos marcados, não só por causa do meio ambiente, mas também para sua protecção. Respeite os animais, eles estão no habitat deles, nós é que somos o intruso. Em dias de sol quente, use chapéu e protector solar e leve água consigo. Principalmente de Inverno, tome atenção às horas para não ter que caminhar no escuro (leve sempre uma lanterna). Sempre que possível, não vá sozinho, avise sempre um familiar ou um amigo para onde vai. Não deixe lixo e, se vir algum, tente levá-lo consigo sempre que possível. Não acampe sem ser em locais próprios. Não faça barulho, respeite a natureza, relaxe e desfrute, vai ver que não há melhor actividade física.


Foto do escritorJoão Pais

Atualizado: 19 de set. de 2023


Praia Fluvial do Alamal, no concelho de Gavião
Praia Fluvial do Alamal, no concelho de Gavião

A minha proposta de hoje é uma praia fluvial já bastante conhecida e muito procurada, mas com uma atmosfera única, num “recanto” privilegiado, onde podemos desfrutar de grande beleza natural e calma.

A Praia Fluvial do Alamal fica na margem esquerda do rio Tejo, no concelho de Gavião, já no Alto Alentejo, e é um excelente “postal ilustrado”.

Esta magnífica praia goza de um plano de água bastante calmo devido à sua localização entre duas barragens: a barragem de Belver (1952), a jusante, e a barragem de Fratel (1973), a montante, e que distam entre si, cerca de 20 quilómetros. A construção das barragens, e a consequente subida do nível da água, veio tornar o rio mais calmo e mais navegável, em contraste com a dificuldade de outrora em navegar no Tejo contra a corrente, quando as embarcações eram puxadas por animais com cordas de sisal a partir dos muros de sirga (construídos pelos romanos), entretanto submersos com a subida do nível das águas.

Enquadramento fantástico da Praia Fluvial do Alamal
Enquadramento fantástico da Praia Fluvial do Alamal

A Praia Fluvial do Alamal fica num local relativamente isolado, no fundo de uma encosta a cerca de quatro quilómetros da vila de Gavião, num cenário deslumbrante. Do extenso areal da praia é bem visível, na outra margem, no topo da colina, o castelo de Belver (século XIII) e a linha ferroviária da Beira Baixa (inaugurada em 1891) que liga as cidades do Entroncamento e da Guarda. Linha de Terra já tinha estado em Belver e pode ler o meu trabalho sobre aquela vila aqui.

A Praia está inserida num complexo de lazer (propriedade do município) que inclui um Centro de Aventura que oferece diversas actividades como rappel, ou slide. Para os amantes das caminhadas e da Natureza, na extremidade da praia existe um passadiço ao longo da margem do rio Tejo, entre a Praia do Alamal e a ponte de Belver. O passadiço do Alamal conta com pontos de observação da fauna e da flora e tem uma extensão, aproximadamente, de dois quilómetros e faz parte do PR1 de Gavião - “Arribas do Tejo” com um total de 16,2 quilómetros.

A Praia Fluvial do Alamal está bordejada por um arvoredo alto, aliás é do denso arvoredo ali existente antigamente que vem o nome do local: Alamal é, por definição, um local onde existem muitos alámos, uma espécie de choupo de grande porte.

Praia Fluvial do Alamal com vista para o castelo de Belver
Praia Fluvial do Alamal com vista para o castelo de Belver

Para além do magnífico enquadramento a Praia Fluvial do Alamal dispõe de fácil acesso, estacionamento, instalações sanitárias, chuveiros, parque infantil, posto de primeiros socorros, nadador salvador durante a época balnear e um bar com esplanada onde pode tomar uma bebida refrescante ou fazer uma refeição ligeira. A Praia dispõe ainda de todas as facilidades e apoio a pessoas com mobilidade reduzida. Ainda tem a oportunidade de fazer passeios de barco e praticar algumas actividades náuticas (gaivotas, caiaques e ski aquático).

Nas imediações da Praia pode encontrar uma zona verdejante onde pode acampar, pois a Praia Fluvial do Alamal possui uma zona de campismo para lá ficar uns dias e desfrutar de todo o ambiente e envolvência. No entanto, é necessário obter previamente autorização da Câmara Municipal. Para quem preferir outras comodidades, mesmo em frente à Praia existe um alojamento local – o Alamal River Club, com um conjunto de quartos com vista para o rio.

A dois passos da Praia (a cerca de 850 metros) fica o baloiço panorâmico de Gavião com vista privilegiada para a Praia, para o rio Tejo e para o castelo de Belver.

A Praia Fluvial do Alamal é um local de encontro e harmonia com a Natureza
A Praia Fluvial do Alamal é um local de encontro e harmonia com a Natureza

A Praia Fluvial do Alamal, no concelho de Gavião, é um espaço único na margem do Tejo, um local de grande beleza natural e de calma. Este espaço é muito mais do que uma praia fluvial, é um local privilegiado para o encontro e harmonia com a Natureza, um refúgio. Por isso, vale a pena uma visita, mesmo fora da época balnear. Este recanto único, com vista para o castelo de Belver, é um daqueles locais mágicos que nos fazem sentir bem. Há no ar uma tranquilidade e uma leveza que nos proporcionam relaxamento, comunhão com a Natureza e com os elementos – o ar, a terra e a água. Escute o silêncio e contemple a beleza desta paisagem.


Coordenadas GPS:

N 39º29.28132'

W 7º58.0545'


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