A Cascata do Arado, em pleno Parque Nacional da Peneda-Gerês, é uma das mais famosas e frequentadas cascatas de Portugal. Principalmente durante os fins-de-semana de Verão a afluência é grande.
A Cascata do Arado situa-se a três quilómetros da aldeia de Ermida (concelho de Terras de Bouro) e a oito da vila do Gerês, em pleno coração da serra do Gerês. Situada a cerca de 800 metros de altitude, no rio Arado, esta queda de água, entre as rochas, é uma sucessão de cascatas que termina num lago de águas cristalinas.
O rio Arado é um rio de montanha de beleza ímpar que corre bastante encaixado, serra abaixo, formando inúmeras cascatas e pequenas lagoas. Este rio nasce em plena serra do Gerês na confluência de diversas ribeiras a mais de 1200 metros de altitude (acima do Curral do Camalhão) e desagua no rio Fafião pouco depois da Cascata de Fecha de Barjas (Cascata do Tahiti) nas imediações da aldeia de Fafião (já no concelho de Montalegre).
Todo o percurso até à Cascata do Arado é bastante cénico, onde o contacto com a Natureza é privilegiado. O acesso à Cascata é possível de carro (por isso a grande afluência…). A partir da vila do Gerês siga a indicação do miradouro da Pedra Bela e, depois, miradouro das Rocas. A partir da aldeia de Ermida, só tem que seguir a estrada florestal até ao miradouro das Rocas. Embora exista uma estrada em terra batida que nos leva até à ponte sobre o rio Arado - nem sempre está em bom estado, e nem sempre há estacionamento junto à ponte -, por isso sugiro que estacione o carro junto ao miradouro das Rocas e faça o resto do percurso a pé. São cerca de 800 metros (menos de dez minutos a pé).
A partir da ponte, existe uma escadaria talhada no terreno inclinado que nos leva até ao miradouro onde é possível avistar e contemplar a beleza da Cascata do Arado. Daqui, para além de uma ampla visão sobre a Cascata pode ouvir o som relaxante da água que se despenha em duas quedas consecutivas (com 10 e 18 metros de altura, respectivamente). Garanto que a vista deslumbrante e toda a envolvente sobre a Cascata valem a pena o esforço de subir os cerca de 50 degraus.
Apesar de ser um local convidativo para um mergulho, o seu acesso é perigoso e requer alguns cuidados. Junto ao miradouro existe um “caminho” que desaconselho por ser bastante íngreme e escorregadio, que leva à base da Cascata. Em alternativa, junto à ponte pode descer para o leito do rio e fazer uma pequena caminha de pedra em pedra, evitando as pequenas lagoas, até chegar à base da Cascata.
Se quiser mesmo dar um mergulho, sugiro que esteja atento ao próximo artigo, onde irei revelar onde se pode refrescar, aqui bem perto, sem andar tanto, sem ter que saltar de pedra em pedra e, muito provavelmente, sem ninguém...
Ouvimos regularmente notícias de acidentes nas cascatas do Parque Nacional da Peneda-Gerês, por isso, vou deixar aqui algumas recomendações que considero importantes. Em primeiro lugar, lembre-se que está numa área protegida e numa área selvagem. Respeite-a!
No Gerês existem muitas cascatas: as fáceis de alcançar como esta, e outras em que é preciso fazer alguns quilómetros a pé para lá chegar. Informe-se antes de ir. Lembre-se que, no pico do Verão, é normal haver menos água e as cascatas ficam mais pequenas, ou mesmo podem secar. A melhor altura para visitar as cascatas é na Primavera ou no Outono depois das primeiras chuvas. De Inverno, é de todo desaconselhado a visita às cascatas menos acessíveis. Lembre-se que as cascatas, embora apetecíveis, não são zonas balneares, são um espaço selvagem de grande beleza, perfeitos para momentos de comunhão com a Natureza, de contemplação, de recarregar energias, de reflexão e de interiorização. Nos dias quentes de Verão, em segurança, pode aproveitar para um banho refrescante. Observe, contemple, sinta e fotografe. Não se demore no local, não faça barulho, não deixe lixo, leve calçado adequado e mantenha-se em segurança. Não corra riscos desnecessários. Ah! Já agora, se puder, evite os fins-de-semana.
Coordenadas GPS:
N 41º43.35'
W 8º7.76568'