Hoje celebra-se o Dia Mundial do Livro. Por isso, deixo-vos aqui duas sugestões temáticas para este dia: Livros e Bibliotecas.
O livro é um companheiro. Um companheiro de quarto, um companheiro de sala, um companheiro de cozinha e um companheiro de grandes viagens. Um livro leva-nos em longas viagens ou em pequenos roteiros, leva-nos a conhecer, a descobrir ou, simplesmente, a relembrar. Apesar do tempo que vivemos e da era digital que começamos a atravessar, o Livro em papel ainda continua a ter outra magia. O toque, o folhear das páginas e o cheiro ajudam-nos a sonhar. Assim, aqui fica uma lista de quatro livros sobre viagens para ler e (ajudar a) viajar Mundo fora #sem_sair_de_casa.
Patagónia Express, de Luís Sepúlveda; Uma Viagem à Índia, de Gonçalo M. Tavares; A Volta ao Mundo em 80 Dias, de Jules Verne; Açores, O Canto das Ilhas, de Carlos Pessoa
O “santuário” dos Livros, ou o destino de todos os Livros, as Bibliotecas são espaços de grande valor e sabedoria e, algumas, instaladas em edifícios de valor histórico e arquitectónico importante. Em Portugal existem alguns bons exemplos desta excelente combinação. Deixo aqui os links para percorrerem aos corredores e as salas de três Bibliotecas nacionais em visitas virtuais #sem_sair_de_casa.
Biblioteca Joanina, Paço das Escolas da Universidade de Coimbra
Num só espaço coabitam um tesouro literário de valor incalculável e a opulência da arquitectura do século XVIII. De estilo marcadamente barroco, a Biblioteca Joanina é reconhecida como uma das mais espectaculares e originais bibliotecas barrocas da Europa.
A Biblioteca deve o seu nome ao monarca D. João V, que a mandou construir em 1717. Neste edifício de três andares, dois dos quais subterrâneos, as paredes cobertas de estantes guardam milhares de exemplares, com destaque para algumas preciosidades: uma primeira edição dos Lusíadas, uma Bíblia Hebraica, editada na segunda metade do século XV, de que apenas existem cerca de vinte exemplares em todo o mundo, ou ainda a Bíblia Latina das 48 Linhas – assim chamada por possuir, exactamente, 48 linhas por página – impressa em 1462 por dois sócios de Gutenberg, considerada a mais bela das primeiras quatro bíblias impressas.
Com paredes exteriores com mais de dois metros de espessura, todo o seu interior é revestido a madeira para absorver a humidade. Diz-se, que de noite, as mesas são cobertas e uma colónia de morcegos come os insectos, ajudando assim na manutenção dos livros. Conta-se ainda que a Biblioteca Joanina serviu de inspiração para um dos cenários do castelo do filme “A Bela e o Monstro”, de Bill Condon, com Emma Watson (2017).
A Biblioteca encontra-se localizada no Palácio da Ajuda desde 1880. Esta é uma das mais antigas bibliotecas de Portugal e remonta ao século XV, tendo sido enriquecida por D. João V, vindo a perder a maior parte do seu rico espólio no terramoto de 1755. Em 1811, na sequência das invasões francesas, a Biblioteca é transferida para o Rio de Janeiro, para junto da Corte, regressando a Portugal em 1821. Foram seus bibliotecários os escritores Alexandre Herculano e Ramalho Ortigão.
Localizada numa das alas do Palácio da Ajuda, as salas da biblioteca distinguem-se especialmente pelas suas grandes dimensões, altura das estantes e galerias e pelo seu riquíssimo mobiliário.
A Biblioteca da Ajuda detém um acervo patrimonial de grande importância que se traduz por três quilómetros de extensão de prateleiras com um total de cerca de 150.000 espécies, manuscritas e impressas, em que se destacam algumas obras de carácter único e de reconhecida notabilidade como o Cancioneiro da Ajuda.
Esta é uma das mais importantes bibliotecas portuguesas e uma das mais bonitas do Mundo com uma harmonia e beleza imponentes. A Biblioteca do Palácio Nacional de Mafra conta com um valioso acervo com mais de 30.000 volumes desde o século XV ao XVIII, dedicados à medicina, física, matemática, astronomia, literatura de viagens, botânica, clássicos e religião, entre outras áreas.
A biblioteca, que apenas se pode observar da entrada, destaca-se ainda pelo núcleo composto por cerca de mil livros proibidos, como os ensaios de Montaigne e a primeira edição das obras completas de Gil Vicente. Um acervo único com exemplares únicos em Portugal e de raridades em todo o mundo, dos quais consta uma Bula Papal, de Bento XIV.
Também aqui se consta que os morcegos, durante a noite, ajudam na manutenção dos livros, comendo os insectos.
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