Hoje em dia, olhamos para as luzes de Natal como uma tradição e uma forma de dar cor e alegria aos dias frios desta época festiva, mas como surgiu esta ideia de alegrar as ruas durante o período natalício com iluminações?
Terá sido Thomas Edison – esse mesmo, o inventor das lâmpadas incandescentes –, o primeiro a usar lâmpadas com “fins decorativos”. Consta-se que o negócio de Edison não estava a ter o sucesso desejado e, no final de 1880, numa manobra de marketing, decide, durante a quadra natalícia, pendurar várias lâmpadas em redor do seu laboratório para chamar a atenção de quem por ali passava. Terá sido, talvez, as primeiras iluminações de Natal.
Dois anos mais tarde, o seu colega e vice-presidente da empresa de Edison, Edward Johnson, também num acto de marketing, exibiu a primeira árvore de Natal enfeitada electricamente com 80 lâmpadas vermelhas, azuis e brancas.
Mas levou décadas até as iluminações de Natal se tornarem populares. A tradição talvez tenha começado com o presidente norte-americano Grover Cleveland que, em 1895, iluminou uma árvore com centenas de lâmpadas coloridas na Casa Branca.
No entanto, este acto de abrilhantar e colorir esta época natalícia, que coincide com o solstício de Inverno, remonta a tempos muito antigos, à história das civilizações. Já antes de Cristo praticamente todas as culturas e religiões pagãs enfeitavam árvores para celebrar a fertilização da natureza. Muitos séculos antes de Cristo já havia o costume de, em Dezembro – aquando do solstício de Inverno e quando, no hemisfério norte, os dias são mais curtos e faz mais frio –, se incendiar um tronco de madeira para celebrar o solstício crendo-se assim que as culturas agrícolas seriam mais férteis no ano seguinte e, também, um pedido para que o sol voltasse depressa. Mais tarde, com o mesmo intuito de querer mais sol, e melhores colheitas agrícolas, esta prática foi substituída pelo acender de velas à volta de uma árvore. Também os Romanos, por altura do solstício de Inverno, adornavam as árvores em honra a Saturno, Deus da Agricultura, para que a Primavera fosse fértil e o sol (e o calor) voltasse depressa. No Egipto, também no solstício de Inverno, era habitual trazer-se ramos verdes para dentro das casas como forma de celebrar a vitória da vida sobre a morte. Os Druidas Celtas, em épocas festivas, decoravam carvalhos com maçãs.
As primeiras celebrações do Natal datam de cerca do ano 300 d.C., quando a Igreja, contrário de proibir as festas pagãs, as converteu em comemorações cristãs. Já a árvore de Natal terá origem em ritos pagãos, e a sua adopção terá sido mais rápida em países nórdicos e no mundo anglo-saxónico. Os primeiros registos da adopção da árvore de Natal surgem no norte da Europa, no começo do século XVI.
A tradição de enfeites eléctricos pode ter tido início nos Estados Unidos mas, hoje, é um fenómeno multi-cultural usado um pouco por todo o Mundo e nas mais diversas comemorações. Nesta época natalícia é normal as cidades de vilas usarem as iluminações, não só para assinalar a quadra, dando mais cor e alegria às suas ruas mas também para servir de chamariz ao comércio.
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